domingo, 14 de junho de 2009

ARTIGO: Grupos de trabalho - Uma relação de amor e ódio

Autora: Patrícia Rodrigues

Quando falamos em grupo de trabalho, logo vem à nossa mente algo saudável e que só produz bons frutos. Em parte é uma grande verdade, os grupos dão bons frutos, mas a relação entre os componentes desses grupos é sempre saudável? Nem sempre.
O grupo de trabalho é composto por personalidades, anseios, sentimentos, perspectivas e culturas individuais. Cada qual tem sua origem e de repente o integrante se vê diante de uma dinâmica completamente fora de seu cotidiano, de repente se está diante da necessidade de se relacionar para obter resultados, não somente organizacionais, mas objetivos individuais. A verdade é que nem sempre essa relação dá-se de maneira harmoniosa.
As pessoas envolvidas nesse processo vêm a acreditar e defender suas teorias fazendo com que o trabalho em grupo, por muitas vezes, gere sentimentos não harmoniosos para si próprias, para o grupo e para a organização em si.
Os sentimentos florescem e a não aceitabilidade por todos, que é algo completamente normal, acaba por gerar conflitos. Daí nasce o ódio criado através da agressividade colocada pelo indivíduo. Essa agressividade é geralmente demonstrada pela comunicação: falar, olhar, gesticular. Agressividade que por muitas vezes torna "cegos" aqueles que estão envolvidos no processo, gerando uma série de conflitos, ataques pessoais e por muitas vezes submissão negativa, ou seja, ao mesmo tempo em que a agressividade faz pessoas mostrarem sua cara, também faz pessoas esconderem-se e se anularem. A passividade também como a agressividade geram uma série de fatores negativos a essa relação entre o grupo de trabalho. Pessoas com grande potencial podem tornar-se anuladas dentro do grupo por se calarem em função de outros agressivos demais.
É necessário encontrar o equilíbrio entre esses dois aspectos - agressividade e passividade -, equilíbrio esse que deve ocorrer através de algo bem comum de ser ouvido, a assertividade. A assertividade está em os indivíduos, dentro de seus grupos, saberem se expor de maneira com que todos realmente escutem o que está sendo dito. Fazendo com que discussões sejam geradas sim, mas de uma maneira que os "frutos" dessas discussões tragam enriquecimento pessoal e agregação de valor para o grupo.
Quando é desenvolvida a assertividade é possível ao mesmo tempo trabalhar as diferenças individuais de comportamento, ou seja, todas as emoções, as habilidades e as sensações das pessoas que fazem parte do grupo. Saber o momento da maior exposição e o momento da menor exposição, saber a forma de instigar as pessoas a se envolverem no processo de uma forma que realmente todas as partes, pessoas, grupo e organização, sejam beneficiados. Saber fazer com que essa exposição aconteça de forma objetiva, clara e sem ressentimentos.
É necessário quebrar o "tabu" de que as relações de conflito entre os grupos são totalmente prejudiciais, fazendo com que esse tipo de atividade seja observada como um período de aprendizado e renovação. É claro que nesse momento, é de extrema importância também o papel do gestor de Recursos Humanos, para que haja a condução e solução do conflito, pois dessa maneira a real "essência" da situação estará sendo extraída, para que assim, seja aproveitada como forma de aprendizado em momentos posteriores.
Nesse processo, o que se deve ser extraído é o fato de que os grupos são sim o maior potencial dentro das empresas, desde que sejam conduzidos e desenvolvidos da maneira correta. Caso contrário, dessa relação não será "colhido bons frutos". O desenvolvimento dos grupos deve acontecer como um processo feito por etapas, mas que sempre leve em consideração os desejos e anseios dos integrantes, para que dessa forma TODOS sintam realmente que fazem parte da dinâmica organizacional e grupal.
Através desse processo, mesmo que se tenham comportamentos que gerem conflitos, os indivíduos, enquanto inseridos no grupo, terão a oportunidade de observar os aspectos positivos das situações provocadas pelos relacionamentos. E através desses aspectos positivos, os "frutos" citados anteriormente, estarão sendo colhidos para que seja dado início a um processo de aprendizagem inconstante, para que a organização, o grupo e o indivíduo em si busquem sempre a evolução diante das relações do dia-a-dia.

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